Retrospectiva 2023 do Mercado Imobiliário
O ano de 2023 está marcado pela reformulação do programa Minha Casa, Minha Vida e das quedas da taxa Selic após seu pico em 13,75%.
As novas medidas para o MCMV começaram a ter efeito em setembro de 2023, porém já se percebe um crescimento muito grande nas vendas para as classes econômicas, assegurando juros baixos e subsídios maiores que podem chegar a R$ 75 mil. E entre as novidades ainda está o aumento de teto para R$ 350 mil, e o programa também passou a financiar imóveis usados.
Para o alto padrão o empecilho ficou por conta da Selic alta que chegou a 13,75%, porém com o início da queda, a confiança do consumidor aumentou, mas os juros ainda não diminuíram, isso deve acontecer em meados de 2024.
O aumento de saques da poupança também foi um entrave para os financiamentos de imóveis de médio e alto padrão, porém algumas soluções como fundos de investimento contribuíram para manter a oferta de crédito e as vendas em alta.
Mesmo com um começo de ano difícil, o mercado imobiliário se mostrou muito resiliente, mantendo as vendas em níveis altos, porém os lançamentos não acompanharam as vendas e os estoques chegaram ao fim de 2023 com os menores índices históricos.
Ainda assim 2023 deve fechar como o segundo melhor ano da série histórica, atrás apenas do atípico 2021, um ano fora da curva, quando as taxas de juros chegaram a 2%. A valorização constante dos imóveis fez com que o ano de 2023 fosse um dos maiores em VGV negociado e também em unidades vendidas.
No campo da construção civil vimos muitas novidades no mercado imobiliário, com empreendimentos da linha econômica sendo lançados com sacada e churrasqueira, além de áreas de lazer equiparadas à condomínios-clubes.
Além das inovações, a preocupação com a sustentabilidade está em alta, e a importância da preservação e integração dos condomínios com áreas verdes, num ano cheio de ondas de calor, com secas severas no nordeste e temporais que deixaram rastros de destruição no sul do Brasil.
O mercado imobiliário é tradicionalmente um dos mais conservadores, porém em 2023 teve que conviver com a crescente tecnologia de ponta, inteligência artificial, e iniciar uma verdadeira transformação digital.
Isso tudo fez de 2023 um ano muito complexo, com políticas públicas que mexeram com o setor, inovações, retomada econômica, reforma tributária, diminuição do desemprego, transformação digital, sustentabilidade, inflação da construção civil, entre muitos pontos positivos e negativos que dificultaram os lançamentos, mas ainda assim, as vendas estiveram em alta.
Espera-se que em 2024 a queda das taxas de juros cheguem ao consumidor final, espera-se também uma diminuição significativa do déficit habitacional para as classes econômicas e empreendimentos com um nível de sustentabilidade muito elevado, diminuindo a emissão de carbono produzido pelo setor imobiliário.
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